Em qualquer local, a superfície do oceano oscila entre pontos altos e baixo, chamados marés, a cada 12h e 25min. Em certas baías e estuários, como junto ao Monte Saint-Michel , no estuário do rio Rance, na França, ou em São Luís, no Brasil, essas marés são bastante amplificadas, podendo atingir alturas na ordem de 15 metros. As gigantescas massas de água que cobrem dois terços do planeta constituem o maior colector de energia solar imaginável.
As marés, originadas pela atracção lunar, também representam uma tentadora fonte energética. Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar — hoje ou no futuro, mesmo considerando que o consumo global simplesmente dobra de dez em dez anos.
A energia das marés é obtida de modo semelhante ao da energia hidroeléctrica.
Trata-se de uma obra complexa de Engenharia hidráulica. Constrói-se uma barragem, formando-se um reservatório junto ao mar. Aquando da maré alta, a água enche o reservatório, passando através da turbina hidráulica, tipo bulbo, e produzindo energia eléctrica. Na maré baixa, o reservatório é esvaziado e a água que sai do reservatório passa novamente através da turbina, em sentido contrário, produzindo a energia eléctrica. Este tipo de fonte é também usado no Japão, na França e na Inglaterra.
A primeira fábrica maremotriz construída no mundo para geração de eletricidade foi a de La Rance, em 1963 e, antes de 1500, em Lameiras município de Sintra para uso directo em moendas.
Quase em segredo absoluto, no verão passado foi instalada frente à praia da Aguçadoura (Póvoa do Varzim) a primeira central maremotriz do Mundo.
Desenvolvida pela empresa escocesa Ocean Power Delivery do engenheiro David Lindley foi construída com apoio da Efacec que forneceu os respectivos transformadores e geradores de electricidade.
Vídeo